quarta-feira, junho 30, 2004

Notícias

Não consigo ligar-vos mas é para vos dar notícias.
Continuo aqui, em casa da Nany e do João, e a euforia é imensa.
Estão todos fardados de equipamento nacional, menos eu, e só o cachecol do Ferrari foi para lavar.
Ganhámos!
Nunca esperei que chegássemos a este ponto.
Parabéns Selecção!!!!

(PS - Que me perdoem os açoreanos, mas ...Filipão que o Pauleta não seja titular na final)

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Força Selecção!



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O Retrato

No Professorices, o João a 1poucomais e outros comentadores, e também neste maravilhos texto da Moriana, muito se conjecturou e brincou com humor sobre bigodes, e a eventual calvice do meu Pai.
Aqui fica a história de um retrato.

Em 1983 estando de férias em Londres, costumava terminar muitos fins de tarde no monumento a Sir Henry Irving, junto do Leicester Square, vendo os trabalhos dos pintores de rua. Uma das vezes, após múltiplas insistências de um deles acedi a posar com a condição de não ficar com o retrato se não gostasse dele. E assim foi. Sentei-me num desconfortável banco, com cara de parvo, vendo o desenvolver do retrato do pintor. Enquanto isto se passava, reparei num jovem chinês que, de pé, entre a assistência, me desenhava também. Comentei com a minha mulher: “O bom vai ser o do chinês”. E foi. Em vão tentei persuadir o jovem a vender-me o desenho. Explicou-me que era estudante de Arquitectura e recebera uma encomenda de um retrato a carvão para ser publicado num livro e que se estava a treinar para o referido livro e não para vender. Dada a minha insistência, o jovem acabou por me dizer que se concordasse em ir posar num estúdio para futura publicação em livro, na presença de um fotógrafo que documentasse os diferentes passos do desenho, me ofereceria o desenho então feito. Excitadíssimo, combinamos para o dia seguinte, no endereço do Soho que me forneceu. Depois, já mais calmo e sensato, mas sem querer desistir da ideia, resolvi certificar-me se o endereço existia.
Para lá me dirigi e verifiquei que existia! Numa zona horrível. Mulheres de ensebados cabelos louros de raiz escura, bocas generosamente esborratadas, curtíssimas saias de cabedal, ancas roliças e bamboleantes, com camisas verde-alface, cor-de-rosa e lilás e enormes decotes donde esguichavam os seios, uns redondos outros não tanto e unhas de cores bizarras. Uns quantos “gentlemen” de camisa interior, com vistosas e coloridas tatuagens, encostados pelas esquinas sorvendo ruidosamente garrafas de cerveja ou gingando pela rua, cigarro ao canto da boca, com botas texanas de salto alto, pontiagudas e de biqueira arrebitada, completavam a fauna do “acolhedor” bairro. O prédio, de tijolo vermelho, tinha entrada por um túnel comprido que dava acesso a um pátio nas traseiras, donde partiam as escadas exteriores de ferro que davam acesso aos diferentes andares. Um ambiente de “West Side Story” habitado por personagens de Fellini. Fiquei aterrado! Mas o desejo do retrato e a vaidade de ser a única oportunidade de me ver publicado em livro foram mais fortes.
No dia seguinte deixei a minha mulher sentada num banco do Leicester Square, com todos os meus documentos e dinheiro, e combinamos que se eu não aparecesse 1 hora e meia depois me fosse resgatar com a polícia! Afinal sou muito mais corajoso do que imaginava e mesmo mais do que pareço…
Subi, apavorado, as escadas de ferro até ao andar que me tinham indicado e ao entrar todo o medo se desvaneceu. Era um quarto de uns quinze por cinco metros, com um enorme janelão para a rua e onde se encontravam duas bonitas e simpáticas empregadas, o chinês com a namorada e um fotógrafo. Em pouco mais de 20 minutos ficou o retrato concluído, com as fotografias das diferentes fases do desenho! No fim o chinês ofereceu-me o retrato e ficou combinado que me avisaria quando o livro fosse publicado. Nunca mais me avisou!
Quatro anos depois quando voltei a Londres, fui de novo ao monumento de Henry Irving. Quando me aproximava vejo o Hon já profissionalizado, sentado num banco retratando turistas! Ao seu lado, num painel com meia dúzia de retratos de celebridades, entre as quais Paul McCartney, estava o meu, feito naquele local 4 anos antes! Finalmente célebre, lindíssimo e bigodudo! Reconheceu-me de imediato e fez-me uma simpática recepção. Perguntei-lhe pelo livro e, depois de o procurar na editora, soube que estava esgotado, seguramente pela excelência do retrato e pela, até então para mim desconhecida, celebridade do retratado! Amavelmente o Hon ofereceu-me um exemplar.
Hoje, em lugar de destaque na minha casa, está pendurado na parede o meu retrato e aos seus pés, aberto na sua página, o livro que me celebrizou.

(Carlos F. Afonso)

Como não consigo postar condignamente o retrato, fica aqui.

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Meditando

Calei meus versos
e fui água contida
em mãos que se fecham
e areia desenhando
espirais na rajada.

Calei meus versos
e fui rochedo
no pranto da espuma
e angústia de barco
encalhado na bruma.

Calei meus versos
e fui praia deserta
meditando luar
e na cadência das vagas
vibraram poemas
arrancados ao mar!


(Artur Lobato, Contraste)

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terça-feira, junho 29, 2004

À Direita também se quer marcar a cruz

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Dar e tirar

Uma das grandes práticas da Comissão Europeia é aplicar sanções e desaplicar, ou nem sequer aplicar.
Foi assim com os grandes, quanto ao Pacto de Estabilidade (eu acho que a decisão quanto a um pequenino como nós veio por arrasto), e é agora assim com a Microsoft.
Pelo que se vê, o que é importante é que estejam lá os grandes...
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Vital Moreira Dixit

"Não é segredo para ninguém que Durão Barroso apareceu à última hora como solução de segunda linha e como "mínimo denominador comum" entre os demais chefes de Estado e de governo dos Estados-membros da UE, depois de afastados os candidatos mais fortes, por efeito de vetos cruzados dos grupos alinhados com o Reino Unido ou com o par franco-alemão e da recusa de vários outros de primeira escolha. Por outro lado, ele foi o único dos vários primeiros-ministros aventados para o cargo que o não recusou, tendo os demais preferido manter os seus compromissos nacionais à frente dos respectivos governos (desde o caso do Luxemburgo ao da própria Irlanda, que tinham seguramente o apoio de todos). Finalmente, sendo um dos menos conhecidos chefes de governo da UE, não são também muito grandes as expectativas sobre o seu desempenho à frente da Comissão. Ainda ontem o "Guardian" de Londres observava justamente que Barroso "não é conhecido por ter nenhum especial talento ou visão acerca da maneira de dirigir o desmoralizado Executivo da União e de gerir as relações frequentemente perturbadas com os seus membros"". (sublinhados meus)

"Impende agora sobre o Presidente da República a responsabilidade pela resolução da crise governativa. Constitucionalmente, tudo está em aberto. Sendo o nosso regime político de índole essencialmente parlamentar, é perfeitamente admissível a formação de um novo governo no quadro parlamentar existente, com outro primeiro-ministro. Mas conferindo a Constituição ao Presidente da República a uma grande liberdade de actuação nesta matéria, incluindo a dissolução parlamentar por iniciativa própria, não é menos lícita a opção pela convocação de eleições antecipadas. A questão é portanto exclusivamente política, tudo dependendo do juízo presidencial sobre as alternativas disponíveis" (sublinhado meu).

Eu concordo. Provavelmente O Presidente da República decidirá pela linha Constitucional.
Mas a questão, e a decisão é, eminentemente política.

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As músicas do nosso tempo...de nascimento

Mais uma dádiva da Blogotinha.
Quando eu nasci, estavam no Top em Inglaterra
Slade - "Cos I Luv You" (Single)
Rod Stewart - "Every Picture Tells A Story" (Album)
Vinil, obviamente. Pelo nome não conheço nem uma nem outra, o que em mim não é estranho.

Quem é que estava no Top quando vocês nasceram?
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segunda-feira, junho 28, 2004

Eu quando posso votar..

..voto!

Há votos que não nos garantem nada.
Também há quem nos garante coisas que deprecie o voto.
E há quem queira garantir sem ser votado.

Ele há cada coisa...

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Recuperar peças da História

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domingo, junho 27, 2004

Bruxos?

Aqui, pude verificar o que Manuel Monteiro afirmou há quase um ano atrás.
Estará descoberto mais um bruxo?

- Também considera a coligação PSD/CDS contra naturam?

- A coligação foi fruto de umas eleições em que as pessoas não se sentiram minimamente motivadas. Começou por ser necessária, embora em muitas circunstâncias contra naturam, mas que hoje não é. O que temos agora não são dois partidos mas um único grupo político que Governa. Acho que o CDS e o PSD estão a caminhar para uma diluição consciente, legítima. Existe um governo liderado por Durão Barroso com uma chefia partilhada entre Pedro Santana Lopes e Paulo Portas. É uma situação que a seu tempo se resolverá. Estou convencido de que Pedro Santana Lopes e Paulo Portas já falaram muito sobre o assunto e já decidiram há muito qual o destino a dar a Durão Barroso quando ele deixar de ser útil.
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Nem tudo se vota, e algumas coisas aplaudem-se

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"Tá" mal

Para mim isto está tudo mal...
Acho mal que para órgãos da União Europeia, não eleitos, se atrevam a escolher como candidatos a seus membros pessoas que estão comprometidas em órgãos soberanos dos Estados membros. Onde é que está o respeito pela soberania dos Estados Membros?
Não está...
No nosso caso, que não é o único, escolhem como candidato alguém que lidera um órgão que é soberano, embora não eleito, pois como bem recorda Vital Moreira, o nosso sistema é parlamentar, sendo o chefe do governo designado na sequência de eleições parlamentares.
Também me parece mal que essa escolha resulte não do mérito nem do conhecimento que se tenha desse mérito dos candidatos, mas de compromissos políticos alicerçados em interesses que se desconhecem, a ponto de se escolherem e aceitarem pessoas que não partilharam de opiniões assumidas pela União Europeia.
No nosso caso, como afirmava ontem o Financial Times, "Mr Barroso is one of the least known of EU leaders, but his relative obscurity has allowed to emerge as a compromise candidate.".
No nosso caso, o nome de Durão Barroso e o compromisso em torno dele, parece só ter surgido na sequência dos vetos do Reino Unido ao primeiro ministro belga, Guy Verhofstadt, e da França e Alemanha ao comissário europeu britânico, Chris Patten.
No nosso caso, de nada valeu a oposição de Zapatero que terá afirmado não poder aceitar um líder que aparece ao lado de José Maria Aznar,de George W. Bush e de Tony Blair, na cimeira dos Açores em que foi decidida a intervenção militar no Iraque.
Ao que leio, Zapatero está interessado no lugar de Ministro dos Negócios Estrangeiros da UE para um espanhol, quando o cargo vier a ser criado à luz da recente Constituição Europeia que ainda nem sequer foi ratificada pelos Estados-membros, e esse lugar é-lhe acenado.
O nosso caso foi uma segunda escolha, cega, e alicerçada em interesses oportunistas, ao que se vê...
Por tudo isto, quando me argumentam com a honra para o pais e a importância do cargo para que Durão Barroso foi convidado questiono: qual honra (nem o conhecem bem e foi uma segunda escolha)? qual importância (a dos tachos, sempre para fazer vontade à dos grandes, leia-se Reino Unido, França e Alemanha)? Não há mais ninguém em Portugal com mérito para o cargo, que honre igualmente o nosso pais? (parece que há, mas interesses políticos prevalecem sobre o mérito...)
Por tudo isto, acho mal que Durão Barroso, Primeiro Ministro de Portugal, abandone o seu cargo no país para assumir a candidatura para a União Europeia (que pode até vir a assegurar-lhe a Presidência da Comissão Europeia).
Bem sei que Durão Barroso não foi formalmente eleito. Mas, ao disputar e aceitar a liderança de um partido que se submeteu às eleições parlamentares, Durão apresentou-se ao eleitorado como futuro Primeiro Ministro (que seria, como é prática, designado pelo Presidente da República se o seu partido obtivesse o vencimento das eleições) e comprometeu-se com este a assegurar a liderança do Governo, com um programa que apresentou, para um mandato.
Aceitar a candidatura a Presidente da Comissão Europeia é pois, acima de tudo, a violação de um compromisso.
Quanto à sua sucessão, uma coisa é o que é constitucionalmente possível - e consequentemente legítimo nesta perspectiva - outra é o que é políticamente aceitável.
Constitucionalmente é possível a não realização de eleições e a formação de governo com base na maioria parlamentar vigente e eleita.
Que o povo se insurja contra isto, acho normal. Os cidadãos apesar de votarem em que os representa estão, de facto, alheados de tantas questões que podem nem ter percebido que esta solução está na Constituição. E é natural que o povo sinta a violação de compromisso, é natural que o povo queira controlar as razões que motivam a renúncia a cargos como o de Primeiro Ministro, é natural que o povo queira sufragar o programa de quem, no mesmo partido, queira candidatar-se à liderança do governo e é natural que o povo, por tudo isto e por muito mais, já nem se reveja na maioria que tem no parlamento.
Que ilustres deputados se insurjam quanto à possibilidade de ser formado governo sem eleições, em abstracto, e sem qualquer outro argumento, parece-me mal. Eles aprovam as revisões constitucionais, por isso, deviam ter ponderado a solução antes...
Que o povo se insurja contra essa possibilidade de formação de governo sem eleições só porque o sucessor pode vir a ser Santana Lopes, acho mal. O povo pode, e deve, insurgir-se contra essa solução constitucional neste caso politicamente inadmissível, não pelas pessoas concretas que lhes querem impingir, mas sim pelo programa que desconhecem, e pelo rumo com que não estão contentes. Esse é o significado do voto numa eleição parlamentar, da qual resulta um governo. Um rumo.
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sábado, junho 26, 2004

Parabéns!!

Outro blogue, e açoreano, que completa um ano. Parabéns Entramula.
É um canto variado onde me sinto sempre bem.
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sexta-feira, junho 25, 2004

Alguém me explica?

Se Durão for para a Europa eu quero perceber porque é que vai. Será que alguma explicação me faz perceber, e sobretudo concordar?


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Retalhos da vida de meu Pai (I)

A vida hospitalar com tudo o que tem de sofrimento e dor tem, muitas vezes, aspectos gratificantes sob o ponto de vista pessoal e profissional.
Existem, como em todos os ambientes de trabalho, situações que, pelo ridículo e caricato, acabam por se tornar cómicas.
Há alguns anos, um então jovem interno de Urologia foi enviado ao Serviço de Urgência pelo seu tutor, para observar um doente por prostatismo.
Empertigado, esticadinho e sobranceiro quando chegou ao Serviço de Urgência encontrou um velhote sentado num banco, com ar de quem espera. Sem perguntar nada, do alto da sua sobranceria, ordenou ao infeliz que o seguisse.
Já no gabinete de observação mandou-lhe, secamente, que despisse as calças. Atarantado o desgraçado ainda perguntou:
- “ Sr. Dr., mas acha mesmo que é mesmo preciso”?
- “Se não o fosse eu não lho pediria. O médico é que sabe o que é preciso ou não”, retorquiu o jovem do alto do seu saber.
Obediente e submisso o pobre homem despiu as calças, colocou-se em posição de prece maometana e quando o sábio, de dedo em riste, se preparava “para a estocada”, entrou um enfermeiro que lhe gritou:
-“ Ó Sr. Dr., não é este o doente. Este senhor é o marido da doente da cama 5”!
Que prova de amor a deste homem! Disposto a despir as calças, ser “tocado” e mais que fosse, pela oportunidade de poder ver e visitar a sua mulher, doente e internada na cama 5!
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Mais prémios e um grande Parabéns!

O Foguetabraze faz um ano e, imagine-se, dá prémios!!!
É de açoreano, e basta!
Parabéns ao bébé e a todos o vencedores!
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quinta-feira, junho 24, 2004

Epílogo

Foi muito divertido e muito engraçado ver como isto acabou.
Obrigada a todos os que participaram (Miguel S. Azevedo, El, Kath, SheLLtox, Canuca, Bernie,Marta,André, Moriana, Nuno e 1poucomais) os que sofreram (essencialmente o meu Pai) e os que simplesmente assistiram de camarote.
A brincadeira da descoberta da autoria de frases publicitárias nasceu quando, depois de um post anterior sobre velhos anúncios, recebi um e-mail com todas estas frases que publiquei (mais a da BIC Laranja, da ponta fina, BIC Cristal, da ponta normal), como estando associadas a marcas de preservativos.
O objectivo era, pois, reavivar as vossas memórias e sobretudo espicaçar a vossa imaginação.
O SheLLtox atingiu e andou à roda do tema do e-mail que eu recebi pelo que, embora aparentemente obsessivas, as respostas tinham de facto razão de ser (ora vejam lá nos resultados abaixo).
Agora resta-me a parte pior: a da escolha e de prémios.

Quanto ao primeiro objectivo - de reavivar memórias e responder acertadamente - dizem as estatísticas que ganhou a miúda do elevador.
O prémio que lhe atribuo: sem dúvida o Bernie.
Razões: atribuí-lo para mim "Custa Nix" (à parte da prendoca que vou ter de dar a esse "Connecting people", mas ok); o miúdo é "bom sai bem" pelo que vais bem servida e terás, certamente "um estalo de prazer"; porque quero ir a um sítio que não é o "sítio do costume"; porque não te é permitido "ask for more" e finalmente porque tu mereces.
Aos outros não direi que "Everyone is Invited" para o evento, pois teriam de percorrer "Quilómetros de estrada" não sendo recomendável irem "pelos seus dedos", e todos estarão bem onde estão pois estão "mais perto do que é importante".
A vocês, premiada e prémio, durem, durem durem e mandem-me sobrinhos(as)..."Just do it".

Quanto ao segundo objectivo - de espicaçar a vossa imaginação - a estatística não fala mas a modéstia falou por si.
O menino El reuniu a imaginação e o humor que tanto me divertiram a mim, como certamente (pelos comentários acho que posso concluir isto), a vocês.
E porque até sugestão recebi (novamente "Custa Nix") e "porque eu mereço" o prometido, à moda Abramovich mas sem resultados iguais (espera-se), lá vou ter de reservar pelo menos dois lugares no Farta Pão, para um "sabor autêntico" a cozido à portuguesa e "para mais tarde recordar".
Não haverá tango como música de fundo, mas isso arranja-se para outra altura. O pai para Billy Cristal do evento, esse também se pode arranjar.
Não fará "Quilómetros de estrada", mas estará "mais perto do que é importante"


E aqui ficam os resultados!
O bom sai bem (Pescanova)
Mais perto do que é importante (TMN)
Sabor autêntico (Superbock)
No sítio do costume (Pingo Doce)
Vá pelos seus dedos (Páginas Amarelas)
Just do it (Nike)
Apetece-me algo (Ferrero Rocher)
Ask for more (Pepsi)
E duram e duram e duram.. (Duracel)
Não se mexe, não se nota, não passa nada (Evax)
A nossa selecção (Sagres)
Um estalo de prazer (Chiclete Ice)
Connecting people (Nokia)
Porque eu mereço (Loreal)
Tão natural como a sua sede (Luso)
Everyone is Invited (Samsung)
Provavelmente a melhor cerveja do mundo (Carlsberg)
Quilómetros de estrada (Michelin)
Onde você estiver, está lá (Vodafone)
Com 1/4 de creme hidradante (Dove)
Para mais tarde recordar (Kodak)
Custa nix (Clix)
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quarta-feira, junho 23, 2004

Publicidade VI

E, enfim, estas de quem são?

Provavelmente a melhor cerveja do mundo

Quilómetros de estrada

Onde você estiver, está bem

Com 1/4 de creme hidradante

Para mais tarde recordar

Custa nix
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Solstício

Estive .
Foi bom ver como quem escreve com dedicação a causas e opiniões é, também, excelente anfitrião e bem humorado.
Foi óptimo rir com Luis Filipe Borges que rematou certeiro e não é, contudo, chamado por Filipão.
Foi supreendente a minha capacidade de adivinhação quanto aos vencedores.
E foi sobretudo excelente a minha companhia (a Filipa), o rever quem também me ensinou a ser o que sou hoje (a Rita) e quem me conheceu como já não sou hoje (um dos poucos que trago da infância, o Nuno).
E nem só de blogues nacionais se tratou.
Uma ministra da nossa praça "associada" a Não esperem nada de mim (menino El, dado os seus últimos comentários neste espaço desafio-o a ver quem será).
E eu e o Nuno não podíamos deixar de falar de Açores e de vocês, Açorianos (Não M'Acredito, : Ilhas, Foguetabraze, Ardemar, Entramula). E ainda há quem diga que não há Açorianidade...
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terça-feira, junho 22, 2004

Loucura

É uma sensação louca entrar num táxi e pedir: "Olhe, é para o Júlio de Matos".
O pior é que, para mim, isto hoje foi sensação real.

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Publicidade V

Venham mais 5 frases...de quem?

Um estalo de prazer

Connecting people

Porque eu mereço

Tão natural como a sua sede

Everyone is Invited

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Publicidade IV

Isto está a mostrar-se fácil e imaginativo.
Por isso desta vez não vos recordo duas, mas 5 frases

Apetece-me algo

Ask for more

E duram e duram e duram..

Não se mexe, não se nota, não passa nada

A nossa selecção




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segunda-feira, junho 21, 2004

Por agora, continuamos!

Eu estava céptica, como se vê abaixo.
E estava errada porque com a pressão os meninos arrebitaram e mostraram a sua garra.
Mas nem o cepticismo, nem o pessimismo me fizeram calar e não torcer.
Não tendo arranjado bilhetes, ainda assim atrevi-me a ir com um grupo para um bar no meio de alguma confusão. Antes do jogo pensei: será que daqui a 2 horas se mantém esta alegria e euforia?
Enervei-me, gritei e até pulei. E no fim vi, afinal, que a alegria e a euforia se mantinham. E os copos, os engates também. O Euro2004 está a ser isto tudo, por isso a alegria e euforia poderiam manter-se com os copos e engates, ainda que com uma derrota.
Tive pena que os espanhóis ficassem por aqui mas entre eles continuarem e nós não, prefiro que continuemos nós.
E na onda do que aqui tenho postado

Marca mais!
Corre mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!
Joga mais!
Sua mais!
Menos ais, menos ais, menos ais!
Quero muito mais!
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Publicidade III

Quem anuncia assim?

Vá pelos seus dedos

Just do it
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Publicidade II

E estas frases que marcas vos lembram?

Sabor autêntico

No sítio do costume

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domingo, junho 20, 2004

Combate ou embate

Hoje, no Euro2004, Portugal vai defrontar-se com a Espanha e a vitória é decisiva para o apuramento.
O jogo vai ser, por isso, combativo.
Mas a equipe tem a pressão da vitória e aparenta a tensão dessa pressão.
Esta equipe já demonstrou que não aguenta estas tensões, por isso, uma derrota para mim não vai ser um embate.

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sábado, junho 19, 2004

Publicidade I

Depois de um post em que reavivei a minha e a vossa memória para anúncios antigos, agora vou iniciar um jogo.
Duas frases publicitárias de cada vez e adivinham a marca em causa. Depois de ter publicado todas, há prémio.


O bom sai bem

Mais perto do que é importante

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O Aborto

Nos comentários a post anterior o Victor lançou-me um repto e, por isso, aqui venho dizer o que (disp)penso sobre o aborto.
A meu ver, uma coisa é o que moral, cientifica, social e politicamente pode ser discutido, e é, quanto à não penalização/legalização do aborto.
A discussão sobre o que é (até para a definição de "interrupção voluntária" há discussão) sobre as consequências (emocionais, psíquicas e sociais) que tem, e sobre a sua legalização ou não, assenta em pressupostos de todas (ou algumas) dessas vertentes.
Eu, por maior conhecimento, percepção ou compreensão que tenha de uns ou outros argumentos, abstraio-me, de facto, de alguns deles e tenho a "minha consciência", ou ideias (e dúvidas também) sobre a questão.
O que a minha consciência sente é que qualquer aborto, enquanto decisão voluntária e consciente, é, ou pode, ser brutal, por um lado, e repugnante, por outro.
Acho o aborto brutal porque aceito que há motivos que justificam a decisão de o fazer mas, ainda assim, acredito que para quem o faz, não é de ânimo leve e de vontade livre que o assume. Assim, mesmo que a vida começe antes da vida cerebral, aceito este acto que, nessa perspectiva, será a de matar.
Os motivos que me parecem justificar um acto tão brutal são: a saúde/vida da grávida, a saúde/vida do zigoto/embrião/feto, a gravidez forçada por acto de violação ou outro qualquer crime sexual. E em qualquer dos casos, sempre que tal seja possível e seguro para a grávida, sem limitações de prazos tal como existem na nossa lei.
Em todos os outros casos, não deixando o aborto de ser brutal, para mim é repugnante. Acima de tudo porque traduz um não assumir de consequências (a gravidez, e o que ela traz), de algo que se fez com vontade e certamente (espera-se) com prazer, sem pensar ou querer pensar no que pode acontecer. E porque em alguns casos, pelo menos a partir da vida cerebral (para aqueles para quem a vida só aqui começa), isso significa matar.
Dir-me-ão...e os azares?
Os azares para mim assumem-se, porque quem anda à chuva, molha-se.
E mesmo que seja uma menina de 13 ou 14 anos?
Quer me parecer que as meninas que hoje têm 13 ou 14 anos não são iguais às que há 20 anos atrás tinham 13 ou 14 anos. Ou pelo menos nem todas são iguais, pelo que se não sabem, deveriam saber as consequências
Se a menina de 13 ou 14 anos não tem condições psíquicas, emocionais, sociais e até económicas para gerar e ficar com o filho penso que deviam ser ponderadas (avaliadas e até acompanhadas) outras soluções.
Isto porque nunca esqueço (e inclusivamente comove-me) os pais que não podem nem conseguem ter filhos e pretendem adoptar.
E quanto à criminalização/legalização?
Não sei qual a resposta do ToZé à pergunta retórica que nos deixou, mas a meu ver o aborto, ou o que se pense sobre ele, é moldado por princípios ou preocupações morais, sociais e científicas que não têm cor nem lado político.
Não se é favor da criminalização só porque se é de direita (Hilter, nas nações ocupadas, de raça não ariana, legalizou o aborto) e conservador.
Eu sou essencialmente conservadora e acho que, mesmo nos casos que me repugnam, as mulheres que o praticam não deviam ser punidas criminalmente. Daí não se justificar, sequer, a previsão na lei do crime.
Embora sem sanção criminal (sobretudo a prisão), parece-me que não deveria ser "liberalizado" o aborto, no sentido de ser aceite naturalmente como método contraceptivo igual a outros e de ser deixado à consciência de cada um.
Assim o diz a minha consciência, a repugnância a que acima me refiro, e talvez o meu conservadorismo.
E aqui sim, aceito que por intervenção política - se a maioria assim o achar, ou seja, se a maioria tiver a repugnância que também tenho - se regulem consequências para o acto.
A repressão poderia fazer-se com outra sanção, que não criminal, e far-se-á certamente pelas consequências que o acto deixa na pele e na psique de quem o cometeu.
E a repressão poderia também fazer-se sobre quem ajuda a mãe - o(a) médico(a), o parteiro(a) ou quem quer que seja, e onde quer que seja (em clínicas de luxo ou nos vãos de escada) - fora dos casos justificáveis.

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Parabéns e obrigada

Pela 1poucomais soube que hoje é aniversariante Chico Buarque. E no Fórum Comunitário reli a letra que, por ser de uma das músicas minhas preferidas, também deixo aqui

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não mal disse a vida tanto quanto seu jeito de sempre falar
E não deixou-a só num canto, pra seu grande espanto convidou-a pra rodar
Então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tando esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouviam mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

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quarta-feira, junho 16, 2004

A fotografia da "Maria"

Hoje vi, numa imagem de uma ecografia a três dimensões, o rosto daquela a quem provavelmente os pais darão o nome Maria.
Embora já tivesse visto imagens de ecografias de amigas, durante as respectivas gravidezes, e inclusivamente de videos, nunca tinha visto imagens como esta.
A "Maria" tem 21 semanas e na imagem do seu rosto vi o que vejo na imagem do rosto de um bébé já nascido.
É impressionante como está lá tudo!

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segunda-feira, junho 14, 2004

António Dacosta, Pintor Europeu das Ilhas


Eu não queria comprometer o bem que penso da arte de António Dacosta com palavras sem peso; mas a verdade é que a minha visão dos seus quadros e desenhos ainda não se comunicou ao meu pensamento o bastante para que o que eu diga sobre ele valha a pena.
Se há imaturidade nisto, é minha. Não é por ser novo que se é verde. E António Dacosta, pintor jovem, trabalha já para lá das verduras da mocidade, com tintas próprias, sobre um desenho seu, para um resultado já visível.
Esta posse de meios é que se chama autenticidade em arte, creio eu. Creio mesmo que não chega a ser questão de arte qualquer coisa que não implique tal posse, sem tais unhas. Pois tudo o que se tem plasticamente é só com unhas que se tem.
O feio, e até o horrível, foram das primeiras inspirações deste artista. Não tanto o feio e o horrível no modelo, mas os do processo associativo das formas, a coragem de concepção pelo feio e horrível.
As formas não têm tratamento de favor na imaginação de Dacosta. São coisas larvares tiradas afoitadamente como larvas; ou então halos, objectos que ele faz conviver segundo as leis clássicas da sociabilidade dos valores em pintura: plasticidade, perspectiva.
O mundo figurado de Dacosta é implacável com quem se não queira submeter à espacialidade que ele lhe oferece, às condições de uma iluminação bárbara ou sábia, a variedade de sinais, aos contrastes simbólicos. Só depois de tratadas a fogo de sinceridade, as coisas da invenção pictural de Dacosta consentem alguma graça tecnicamente possível (e sempre com escândalo da boa-educação dos museus): como, por exemplo, a barbatana onde se esperava a asa; uma chave de ferro em puro cor-de-rosa; aquela rola que espreita da mastóide numa cabeça clássica, duns verdes plúmbeos, de tão forte composição.
A princípio, ainda me quis parecer (por um começo de rabugência da vizinhança dos quarenta anos) que António Dacosta procurava nos abecedários de alguns ismos mais ou menos passados em pintura, o seu pendão de guerra. Porque, enfim, entrar na liça é bonito, contanto que nos vejam...
Mas como podia António Dacosta - que é o que se chama um pintor - pretender outra coisa que não fosse ver («vi como um danado», escreve Fernando Pessoa), e ver pelos olhos que trouxe das ilhas, - lá de todo o repouso e paz crepuscular, 1á do silêncio açoriano que nos não ensina senão a ver com vaga e sem alarido o que é natural e dado para se ver?!
Assim, se o pintor trabalha no monstruoso, ou no anómalo, se vai pelo caminho menos lisonjeiro que plasticamente dar-se pode, vai para dar à sua graça de artista a mão de ferro de que ela precisa para se instalar um dia sem parentescos fáceis na Forma e na Cor.
A esta espécie de anjo-mau das exposições, desmancha-prazeres do vernissage, que é António Dacosta, deu Deus desde já a segurança que faz um retratista sólido, ali ao cavalete artista que só pede tempo de atelier, maturação técnica, para selar as semelhanças com o invariável sinal do seu engenho. Que dirão a isto os assustados com algum monstrengo azul celeste das composições de Dacosta?
E cor. Um sentido da cor pura, que já se não pode dizer rigorosamente obtida, mas jogada aos dados no quadro, – daquela cor que não depende do que já se sabe muito bem quando é para ser azul, verde ou açafrão. Isso que faz um quadro e um pintor, como a palavra ardente e rápida num verso faz o verso e o poeta.
Estilo, afinal, quer dizer só matéria.
Mas agora que as minhas palavras podiam começar a não ser volúveis de todo – como o quadro que começa a merecer a dignidade da moldura – calo-me eu. Gosto de deixar ao que espero todo o vagar da confiança.
Diante de António Dacosta, como artista que também não desespero de ser ilhéu de sempre, tenho cá uma fé… Para que acabem de vez os ilhéus malogrados e os que davam tantas esperanças…
Os Açores que merecem um pintor que exprima aquelas cores de cripta, aquela penumbra baixa que em tudo abre a intimidade de um reflexo, aquela nobre lei de perspectiva que se funda nos picos e nas águas.
Mas claro que o caso de António Dacosta não é para se pôr em termos de bairro, mesmo que esse bairro tenha limites de rocha e bico de gaivota, como a ilha Terceira.
António Dacosta – pintor europeu das ilhas. E, para mais, veremos…


Vitorino Nemésio
(publ. em In Variante, n.º 1, 1942)


Serenata Açoriana
1940, óleo sobre tela
81 x 65,7 cm
Centro de Arte Moderna
Fundação Calouste Gulbenkian

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domingo, junho 13, 2004

A nova Lisboa...

Consta que o texto que se segue foi publicado na revista "Turismo & Negócios", que circula em todo o espaço económico da América do Sul (Mercosul), existe também na
Internet e avisa na ficha técnica que "transmite informações aos Jornalistas da imprensa especializada, agências de viagens, hotéis, Companhias aéreas, operadoras turísticas e entidades de turismo em geral. E AINDA está presente em grandes eventos."
"Lisboa em ascensão turística. A capital de Portugal, Lisboa, é a porta de entrada para a Europa. A cidade está em ascensão turística. O idioma oficial é o português, mas fala-se fluentemente o espanhol.
Uma civilização marcada por diferentes costumes,de origem europeia e africana. Sua arquitectura é essencialmente gótica. Banhada pelo Oceano Pacífico e tendo como principal rio o Tejo, Lisboa tem entre seus vultos históricos nomes importantes da história do Brasil, haja vista que já fomos colónia portuguesa. D.Pedro I e II, D. João VI e Dona Maria Leopoldina, entre outras, figuram em nomes de ruas, museus e demais patrimónios públicos.
Lisboa é uma cidade plana, de velhos mas bem conservados casarios, clima tropical húmido, temperatura variável, muito fria no Inverno e quente no Verão, mas nada comparável ao calor brasileiro.
Graças ao Estreito de Gibraltar, Portugal liga-se também ao Oceano Atlântico. O curioso é que quase 2/3 da capital portuguesa desapareceram após a II Guerra Mundial, mas o primeiro ministro de então, Marquês de Pombal, providenciou a recuperação das ruínas, com orientação de excelentes arquitectos, preservando a originalidade das construções."


Tal como no e-mail que recebi, questiono-me "Será que existe outra Lisboa? Afinal onde vivo eu?"

De facto, mesmo com as Festas dos Santos, nas duas últimas noites Lisboa não parecia Lisboa. Muitos estrangeiros, essencialmente ingleses, mas também franceses, suecos e holandeses. E todos adeptos de futebol. E todos a beberem, desalmadamente.
E os portugueses, lisboetas, depois da péssima inauguração frente à Grécia, não se manifestavam nem se ouviam.
Depois da primeira derrota no Euro, vejamos o que nos guarda o destino. Não auguro um bom futuro, nem quanto à inexistência de desacatos e confusões (até já houve lágrimas provocadas por um gaz num autocarro da marcha da Ajuda, e os ingleses a alegarem que foram os lisboetas a provocar...), nem quanto ao destino da nossa Selecção.
E hoje, também para a Europa, vejamos quem irá sair derrotado. A votos.
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sexta-feira, junho 11, 2004

O bairro português de Malaca

Afonso de Albuquerque conquistou Malaca em 1511, talvez por uma série de equívocos e, na opinião de Giovani da Empoli que o acompanhou nesta expedição, “pela ambição de ganhar fama pela crueldade”, concordando com a opinião de Oliveira Martins que considerava o nosso império do Oriente como um “monumento de ignomínia”. Em nome duma altruísta dilatação da fé e da civilização, matou-se mutilou-se, escravizou-se e espezinharam-se civilizações superiores, com o mais egoísta e lucrativo objectivo da pimenta e da canela.
O encorajar os casamentos mistos dos portugueses com a população local, levou ao nascimento de uma comunidade cristã – que se identificou e ainda identifica como “Kristang” – e ao aparecimento de uma linguagem crioula conhecida por “Papia Kristang” que é basicamente uma mistura de português arcaico com gramática malaia. Ainda hoje persiste quer esta comunidade que se orgulha da sua cultura (na linguagem, religião, música, festas populares e rituais de casamento e de noivado) quer ainda os já muito poucos e degradados monumentos portugueses (ruínas da catedral de S.Paulo, A Famosa e a Porta de Santiago), apesar da curta permanência dos portugueses em Malaca (1511-1641) e a sua posterior ocupação por holandeses e ingleses com património arquitectónico mais recente e notório, ainda que no meu ponto de vista, mais pobre.
O núcleo desta comunidade é hoje o pobre (e feio!) Bairro Português (Portuguese Settlement), com cerca de 1000 luso descendentes. Sendo uma comunidade pobre e minoritária não tem qualquer influência económica nem politica e, embora fosse originariamente uma comunidade piscatória, é hoje uma mera atracção turística. Calcula-se que o número de luso descendentes em Malaca seja de 4.500 pessoas que se reúnem no Bairro Português em ocasiões festivas.
A ideia da construção do bairro, a cerca de 3 km do centro de Malaca, foi de dois missionários, um francês, o padre Pierre François e um português, o padre Álvaro Coroado, sendo inaugurado em 1930 com o apoio do Alto-comissário Inglês Reginald Crichton.
A surpresa da chegada começa desde logo pelo nome das ruas. A Rua D’Albuquerque, numa homenagem a Afonso de Albuquerque. A Rua de Sequeira, recordando o Almirante Diogo Lopes de Sequeira, o primeiro a navegar nos mares de Malaca e a enviar oficiais e uma carta do rei de Portugal ao sultão. A Rua de Teixeira, o oficial encarregado de entregar as prendas e a carta, que ao que consta presenteou o sultão com um colar, colocando-o no pescoço do “bendhara”, gesto considerado descortês, que assustou os presentes e talvez precursor de toda a série de equívocos que levaram à guerra. A Rua de Aranjo, em homenagem a Rui de Aranjo, feito prisioneiro em 1509 após a 1ª batalha com os malaios e que escreveu a Albuquerque pedindo-lhe a invasão de Malaca antes que a cidade fosse fortificada. A Rua de Erédia, Emanuel Godinho Erédia, escritor português que publicou uma História de Malaca em 1615.
O fim da tarde, na esplanada do “Restorant” Lisboa, situado no Medan Portuguis (Largo Português), com vista sobre o vasto Estreito de Malaca, ao som do “Bailinho da Madeira”, “Uma Casa Portuguesa” e “Coimbra”, tocadas e cantadas em “Papia Kristang”, num horrível órgão electrónico, por um simpático malaio, o Sr. George Alcantra, com um orgulho saudosista – algo insólito e romântico – foi uma experiência que não esquecerei, mais pela inesperado da situação do que pela beleza do local.
Pena é que, mesmo em locais de mais longa e pacífica permanência dos portugueses, nomeadamente Goa e Macau, não haja o mínimo esforço de preservar os vestígios dessa presença e pelo contrário seja manifesta a vontade política de os apagar, como se fosse possível, apagando-os, reescrever a própria História.



Ficam aqui mais estas memórias do meu Pai.
Nesta viagem não vos acompanhei até à Malásia, mas recordo que Macau mostrava menos a "nossa marca". É certo que tínhamos a pastelaria "Bolo de Arroz" onde podíamos matar saudades da bica e do pastel de nata, alguns marcos arquitectónicos e as recentes placas de nomes de ruas (colocadas, ao que parece, para criar a "marca" perto da data da "retirada" ou "entrega" do território). É certo que passei um dia sozinha em Macau e senti-me em casa, mas acho que isto se deveu mais à dimensão e pacatez do território do que à nossa marca. Faltavam a língua, as referências à nossa história e à nossa presença, e sobretudo faltavam portugueses.
Ainda recentemente, na minha estadia em Madrid, tive ao meu lado num jantar um malaio a quem tentei reproduzir esta memória da vossa viagem à Malásia.
Mas eu, a contar histórias, degenerei...

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quarta-feira, junho 09, 2004

Na berlinda

E hoje é no Professorices.
Definitivamente, ele está na berlinda.
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Em memória....sem palavras


António Luciano de Sousa Franco 1942-2004
(Obtida aqui)
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terça-feira, junho 08, 2004

Obrigada Moriana

A segunda interrupção da manhã foi com este excelente e bem disposto texto da Moriana.
Obrigada pela dedicatória ao meu pai.

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Vénus


(Obtida no Observatório Astronómico de Lisboa)

Estes fenómenos fascinam-me. E lá fui à farmácia, comprar os óculos próprios para, por uns instantes, observar com os meus olhos o planeta.
Só me soa estranho chamarem-lhe trânsito de vénus no disco solar, quando o que se vê é um pontinho preto que se assemelha a resultados de outros trânsitos.
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domingo, junho 06, 2004

6 de Junho

É uma data a que o Mundo, em geral, e os Açores em especial, não são alheios.
Hoje, há 60 anos, os Aliados desembarcaram aqui e a Guerra mudou de rumo.
Hoje, há 29 anos, deu-se um movimento que hoje é tido, para alguns, como o gérmen e a fundação da Autonomia dos Açores. Remeto-vos para o texto do João Nuno, no :Ilhas.
Mas sempre, e sobretudo hoje, eu relembro quem nesta data deixou de ser uma presença entre nós, embora se mantenha sempre presente.

Presença
Tu não estás longe...

Sinto que teu espírito
me acompanha,
trazendo até mim
perfumes de Primavera!

Para além
do que a vista não alcança
ascende nosso pensamento...
por entre melodias de esperança!

E mais além...
onde o Azul não morre
e o Belo existe...
onde o amor harpeja
e o Silência canta
eternidades de Paz...
Aí..
comungam nossas Almas!...


(Presença, de Artur Lobato, ...em Ogiva)
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Escândalos no Convento da Esperança

Viviam em Ponta Delgada, nos finais do séc. XVIII e princípios do séc. XIX três irmãos, os doutores Carvalhos, na bonita casa do Campo de S. Francisco hoje pertencente à família Marques Moreira.
Eram eles, Dâmaso José de Carvalho, vigário geral e ouvidor eclesiástico em Ponta Delgada, Francisco António e António Francisco Carvalho, riquíssimos negociantes, com o monopólio do comércio com o Brasil e que estiveram envolvidos também em negócios de contrabando, onde engrandeceram enormemente as suas fortunas!
O Dr. António Francisco de Carvalho era síndico do Convento da Esperança, o que lhe permitia entrada livre no convento sempre que fosse necessário ali realizar obras. Esta situação levou-o a apaixonar-se por uma deliciosa freirinha, o que levou a que as obras no Convento se tornaram contínuas, de modo a permitir as visitas do síndico três vezes por dia. Esta situação, mantida com a benevolência da abadessa Maria Luísa, terminou com a sua sucessora, a Madre Catarina Madalena que não vendo com bons olhos as visitas do pândego Dr. Carvalho, suspendeu as obras e as visitas do síndico. Indignado, o Dr. recorreu ao seu irmão, o vigário geral Dr. Dâmaso Carvalho, no sentido de retirar a bonita freira do Convento, já que “a sua saúde perigava pelo rigor da vida monástica”. Obtida a necessária licença foi a freira hospedar-se e repousar (?!) na própria casa dos irmãos Carvalhos, a dois passos do Convento da Esperança!
Esteve a freira durante três anos como hóspede do Dr. Carvalho, a “banhos” (e que banhos!?), coincidindo com o tempo de governo da austera Madre Catarina e, findo ele, o Dr. Carvalho para evitar que no futuro houvesse “nefastas” interferências de abadessas menos complacentes que pusessem em perigo a saúde das boas freiras (nas palavras do Dr. Francisco Faria e Maia) ou das freiras boas (no meu ponto de vista), propôs-lhes um requerimento, pedindo ao bispo de Angra para ficarem sob a alçada directa do Bispo, o que equivalia a ficarem sob a alçada do seu irmão, o Dr. Dâmaso, que nesta ilha representava aquele prelado.
Enviado este requerimento às freiras, parte delas logo o assinaram, mas outras recusaram-se a fazê-lo. Entre umas e outras travou-se calorosa discussão e, no ardor da polémica, “atiraram-se umas às outras, esgatanharam-se, feriram-se e, para acabar com a renhida luta, foi preciso que a abadessa mandasse chamar o juiz de fora”, para resolver a contenda!
Todos conhecemos os efeitos nefastos para a saúde, bem-estar e estabilidade nervosa que levam as mulheres “mal dormidas” a cometerem tais excessos. Como médico, só me resta reconhecer e recomendar o valor terapêutico dos “banhos” do Dr. Carvalho! Se foi Freud, em Viena, quem investigou os segredos da sexualidade humana, foi aqui em S. Miguel, um século antes, que foi empiricamente descoberta a terapêutica de tão prejudicial doença, ao que parece com sucesso, por um simples negociante e contrabandista! …
Legaram os irmãos Carvalho a sua fortuna a Jacinto Inácio da Silveira, também ele um riquíssimo negociante em Ponta Delgada, mais tarde nobilitado com o título de Barão de Fonte Bela por ter emprestado ao D. Pedro IV cerca de 100 contos, para financiamento da campanha do Mindelo. Parte deste empréstimo, feito aqui ao Duque de Bragança pelo futuro Barão, só foi pago já depois de estabelecido o regime constitucional e uma parte dele foi feita sobre um Banco inglês que, simplesmente, não existia! (Ai, os Braganças!…). Não reclamou o futuro Barão da insólita situação, nem reclamou juros, o que lhe valeu o título.
É deste legado dos irmãos Carvalho que fazia parte a lindíssima Quinta do Botelho, casa de verão do Barão, depois lar de recolhimento de raparigas em situação difícil e hoje propriedade da Fábrica de Tabaco Micaelense que ali pretende fazer uma unidade hoteleira de luxo.
Para muito tem servido o Convento da Esperança. Tem-se revelado um excelente negócio para a Igreja em dotes, esmolas e doações. Foi um excelente meio da fidalguia se livrar das filhas indesejadas, convertendo-o numa inaceitável prisão de vocações inexistentes. Foi também usado como excelente esconderijo de amores proibidos.
É agora usado como arma de propaganda política, quer por uma direita beata e fervorosa - mas talvez convicta – quer por uma esquerda que se reclama de “agnóstica, laica e republicana” e que se serve das convicções religiosas populares que, concordemos ou não com elas, são do foro íntimo de cada um, para - de uma forma infeliz e despudorada - misturar a imagem de Cristo com a imagem do Presidente do Governo, com o simples objectivo de angariar uns miseráveis votos.
“A Deus o que é de Deus e a César o que é de César”…


( Carlos Falcão Afonso, Elementos retirados de “Escavações” Francisco Maria Supico e “Capitães-Generais” Francisco Machado de Faria e Maia)

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quinta-feira, junho 03, 2004

Amores de Cadela Pura

Depois de ouvir histórias (excelentemente) contadas pelo meu pai, "devorei" o I volume das memórias de Margarida Jácome.
Não só pela história semi-trágica da protagonista - que não imaginaria se apenas me ficasse pela ideia de que aos que envergam títulos nobiliárquicos nada de verdadeiramente mau acontece (excepto, nalguns casos, ter esse título)- mas sobretudo pelo que dá a conhecer do meio e da mentalidade açoreana de um tempo (com traços característicos que espero não se mantenham, mas que infelizmente sei que não se erradicaram).
Hoje, também pela mão do meu pai, venho a saber que a Bertrand lança hoje o Amores de Cadela Pura (I e II).
Não podia ter chegado em melhor altura esta novidade, pois vou à Feira do Livro e a passagem pela Bertrand hoje não falha!
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Génia nem por isso mas louca talvez. Quem?

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quarta-feira, junho 02, 2004

Machismo ainda...

Defendidas Quotas para Travar Entrada de Mulheres nos Cursos de Medicina, anúncia hoje o Público.
Sinceramente nunca me achei feminista puritana pois não defendo a superioridade da mulher nem tão pouco acho que deve existir igualdade em tudo.
Acho, aliás, que para além das diferenças físicas, há aspectos racionais, emocionais e comportamentais que podem tendencialemente marcar diferenças entre o Homem e a Mulher, embora assim possa não ser com todos os homens e todas as mulheres.
Contudo, defendo algumas ideias que têm na base um tratamento não discriminatório da mulher, só por ser mulher, e só o faço porque me parece que na nossa sociedade ainda predomina a mentalidade machista (estou a falar em geral, o que inclui a mentalidade de alguns homens e de algumas mulheres e sei que há excepções, que só confirmam a regra, por isso não se irritem machos!).
Demonstrativo desse machismo parece-me esta notícia.
Se há mais mulheres, se por via disso e pelo maior mérito que venham a demonstrar são elas em maior número nos cursos e nas inscrições nas ordens profissionais, porquê mandá-las para casa?
Dirão uns...para serem melhores mulheres, melhores mães e proporcionarem maior harmonia familiar.
E as que conseguem isso tudo, e ainda ser boas profissionais, pergunto eu? E as solteiras e as divorciadas, sem filhos e sem homem a seu cargo doméstico?
Dirão outros...porque os homens estão a temer a força do mulherio e a perda dos seus lugares.
E porque é que as mulheres hão-de ter força e os homens não, pergunto eu?
É certo que, o mundo de hoje está diferente e surgem problemas diferentes dos de antigamente ao nivel das relações no seio das familias e da educação e acompanhamento dos filhos.
Mas é assim, com quotas para a entrada das mulheres em profissões, que isto se resolve?
Não me parece...
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O pai que é irmão da filha

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Podemos ser lúcidos?

Escreve-se na SIC Online que "Deste debate esteve praticamente arredada a discussão sobre a política do Governo, a guerra do Iraque ou a "herança" económica dos anteriores executivos PS, que têm marcado as campanhas dos vários partidos para as eleições europeias de 13 de Junho".
Mais uma manobra, diria eu.
Em campanha de rua e em contacto com o povo, o que o político explora é o que o povo "sente" na pele ou teme vir a sentir (por exemplos como o do atentado em Madrid).
Na TV, e num canal certamente visto por determinadas categorias de audiência, o político procura centrar-se naquilo que, de forma politicamente correcta, deve centrar-se dadas as eleições em causa.
Se nos tomam por tansos porque não poderemos ter um acto de lucidez?


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